quinta-feira, novembro 30, 2006

Não Sei se é Amor que Tens


Homenageando Fernando Pessoa, cuja morte ocorreu num dia 30 de Novembro, venho partilhar convosco um belo poema de um dos seus heterónimos.


Não sei se é amor que tens , ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
Que mais quero?

Ricardo Reis

quinta-feira, novembro 23, 2006

ANSEIOS



Com a alma de Florbela Espanca e através das suas palavras, eu solto os meus anseios...

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta a vastidão imensa!
Eu queria ser a pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore, tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores, também, como quem reza,
Abrem aos céus os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisa-as toda a gente!
De Florbela Espanca, "Desejos vãos"

terça-feira, novembro 14, 2006

A VIDA É FEITA DE CICLOS


As rosas que não trocámos
Jazem mortas pelos caminhos,
Por esses que em vão cruzámos
E onde hoje estamos sózinhos.
Quando um ciclo se encerra,
Fecho a porta, devagar.
Rosas nascerão da terra,
Amanhã...
Pra me alegrar.

Baby

domingo, novembro 05, 2006

HÁ UMA ROSA NA MANHÃ AGRESTE



Respiro.
E sei,
Assim,
Que já vieste!
Há uma rosa na manhã agreste...

De Pedro Homem de Melo

Rosas

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Especialmente para ti, amigo visitante

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