sexta-feira, dezembro 28, 2007

ANO NOVO

Eis que se aproxima a hora em que de novo uma porta se abrirá para que entremos, cheios de sonhos, num Novo Ano, que à partida pressupomos cheio de coisas novas, fascinantes!
Entremos, então, com um sorriso aberto, um brilho no olhar e uma rosa vermelha entre os dentes, vermelha como a paixão com que sonhamos realizar cada novo projecto, viver cada novo dia, amar cada novo amor, usufruir cada novo instante...entremos com o coração cheio de esperança, com a vontade firme de sermos felizes, de limpar as lágrimas, de esquecer o menos bom, de viver o presente em plenitude, porque o passado ficou para trás e o futuro será só amanhã!
A todos vós, a quem tenho como amigos, a todos os companheiros da blogosfera, eu ergo a minha taça e brindo à saúde, à paz, ao amor, ao pão, à amizade, ao trabalho, ao entendimento entre os homens,
à V I D A !
Bom Ano de 2008.

domingo, dezembro 16, 2007

SEMPRE NATAL


É Natal em todo o mundo, o mundo em que as pessoas acreditam que se pode amar sempre um pouquinho mais, porque nesta época os corações se enchem de Amor, transbordam de emoção e têm absoluta necessidade de dividir esse amor em pedacinhos e partilhá-lho com os que estão perto e com os que estão longe, com os amigos e porque não com os que o não são, porque o perdão também faz parte desta quadra festiva.
Este meu coração está feliz e deseja a todos vós que tanto estimo:



UM SANTO E FELIZ NATAL



Deixo-vos como presente, um belo poema de David Mourão Ferreira,



NATAL E NÃO DEZEMBRO

Entremos, apressados, friorentos,

Numa gruta, no bojo de um navio,

Num presépio, num prédio, num presídio,

No prédio que amanhã for demolido...

Entremos, inseguros, mas entremos.

Entremos, e depressa, em qualquer sítio,

Porque esta noite chama-se Dezembro,

Porque sofremos, porque temos frio.



Entremos, dois a dois: somos duzentos,

Duzentos mil, doze milhões de nada.

Procuremos o rasto de uma casa,

A cave, a gruta, o sulco de uma nave...

Entremos, despojados, mas entremos.

Das mãos dadas talvez o fogo nasça,

Talvez seja Natal e não Dezembro,

Talvez universal a consoada.



sábado, dezembro 08, 2007

NOVO DESAFIO


Pedindo desculpa à Isabel Filipe por só agora responder ao desafio que ela me fez, (nem sempre conseguimos gerir o tempo à medida dos nossos desejos...), aqui estou disposta a levantar um pouco mais o véu. Desde já peço desculpa se me repetir.



Consiste em listar 10 factos de que não tenhamos falado neste blog.



1) Quando me sinto triste ou meio deprimida, faz-me um bem enorme fazer umas comprinhas...


2) Detesto fazer a mala quando vou de férias, acabo sempre por levar coisas a mais.


3) Em contrapartida, adoro regressar a casa (é tão reconfortante) e desfazer a referida mala...


4) Aprecio uma boa leitura assim como boa música, nunca me sinto só na companhia delas.


5) Aprecio também uma companhia agradável para um jantar a dois ou até para uma uma
simples conversa...


6) Sou pontual e aborrecem-me as pessoas que o não são, pois considero isso uma falta de
de respeito.


7) Adoro animais, quer sejam domésticos ou selvagens, mas coloco o cão em primeio lugar,
como animal de companhia.


8) Gosto de conviver e muito mais de dançar,(este último gosto já todos conhecem, mas tinha
que dizer...)


9) Odeio pessoas cujo único tema de conversa é a fofoca.


10) E como já se sente o espírito de Natal, devo dizer que é uma época que adoro, pois aproxima
as pessoas e especialmente as famílias e nos deixa a todos de bem com a vida!

segunda-feira, novembro 26, 2007

DA MINHA JANELA


Da minha janela, eu vejo...


Vejo o mar,

Sempre belo e poderoso

Quer seja azul, preguiçoso,

Ou cinzento e alteroso...


Vejo a praia, que ele beija

e onde espalha a branca espuma

Que a areia tanto deseja,

Ciosa como nenhuma...


Vejo os barcos ancorados,

De proa brilhando ao sol.

Guardam no bojo, assombrados,

Histórias que o mar lhes contou,

E que acrescentam ao rol...


Vejo a calçada, tão bela,

Com palmeiras enfeitada,

Alisando as pedras, contente,

Pr'acolher toda essa gente

Que nela caminha, apressada,

Ou que nela pisa, somente...


E vi também,

Deslumbrada,

Uma lua desenhada

Na noite que escurecia.

De laranja estava pintada

E subia, preguiçosa,

Cheia de graça, encantada,

Até ficar prateada,

Imensa, desavergonhada,

Que nada deixa esconder...


Da minha janela, eu vejo...

Vejo o belo acontecer...
Foto de Luis Carreira, (tirada da net)

sábado, novembro 24, 2007

DIZ QUE ATÉ NÃO É UM MAU BLOG

Com tantos amigos e amigas não podia deixar de aceitar com muito prazer a distinção que me foi atribuida com este prémio. O meu obrigado ao C. Valente, espero que seja um incentivo para continuar...


Eis os parâmetros inerentes á condição:
1. Este prémio deve ser atribuído aos blogs que consideras serem bons, entende-se como bom os blogs que costumas visitar regularmente e onde deixas comentários.
2. Só e somente se recebeste o prémio “Diz que até não é um mau blog”, deves escrever um post:
- Indicando a pessoa que te deu o prémio com um link para o respectivo blog;
- A tag do prémio;
- As regras;
- E a indicação de outros 7 blogs para receberem o prémio.
3. Deves exibir orgulhosamente a tag do prémio no teu blog, de preferência com um link para o post em que falas dele.

E os meus nomeados são:

kalinka
vieira calado
mixtu
cusco
a.j.faria
vénus
o profeta

sábado, novembro 17, 2007

RENASCER


De Florbela Espanca

"Charneca em flor!"





Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...


Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!


E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...


Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!

terça-feira, novembro 13, 2007

UM LIVRO, UMA PÁGINA, UMA FRASE


"Tinha a certeza de que não iria precisar dele até ao fim dos seus dias."


"GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ"


(O AMOR NOS TEMPOS DE CÓLERA)


Esta foi a minha resposta ao gentil convite de Vénus de "Storm of Emotions".


Lanço agora o desafio aos amigos(as):


Isabel Filipe de "Art & Design de Isabel F."
Vieira Clado de "poesia de vieira calado"
A.J. Faria de "palavra entre palavras"
C.Valente de "c.valente"
Mixtu de "mixtu"
As dicas estão aqui:

quarta-feira, novembro 07, 2007

CITAÇÃO


Experiência

não é o que acontece

com o ser humano;

é o que o ser humano faz

com o que lhe acontece.



Aldous Huxley

terça-feira, outubro 30, 2007

EVASÃO


Batendo as asas que não tenho

Fujo deste nada onde me agarras

E parto para lá do infinito,

Onde se partem todas as amarras

E os sonhos jamais são interrompidos.


Inventarei cada dia um novo verso,

Feito de palavras sem sentido

Que mostrem o verso e o reverso

Dum amor que pra sempre está perdido.


E à noite,

Quando a luz branca do luar

As minhas sombras vier iluminar,

Eu gritarei baixinho

Pra ninguém escutar

Que morro de saudade de te amar.

terça-feira, outubro 23, 2007

OUTONO


É Outono,
Na hora do entardecer.
O céu, feito de nuvens coloridas,
Tinge de púrpura as horas esquecidas
Que antecedem o anoitecer.


Caminho,
Pisando as folhas amarelas,
Castanhas e vermelhas
Que atapetam as veredas
E sonho transformar-me numa delas.


Pouco a pouco,
Sou levada pela brisa,
Solta...
Leve, tão leve
Que perco a substância
E deixo até de ser,
Ficando a existir só a paisagem,
Pintura, visão, miragem,
Pintada a pinceladas de prazer...


segunda-feira, outubro 15, 2007

ESTRELAS NO OLHAR


Ela caminha apressada
Pela calçada nua e molhada.

No olhar,
Uma estrela desenhada,
Que um dia tomou como sua
E jurou vir a alcançar.

Absorta,
Segue em frente,
Sem nunca desanimar.
Lá no alto,
A sua estrela
Na noite escura,
A brilhar.

Na calçada, de tão gasta,
Ela chega a tropeçar,
Mas não desiste.
Está segura
Daquela estrela alcançar.

Quando um dia , finalmente
A sua mão lhe tocar,
Toda ela será luz!
Nunca mais a noite escura,
Haverá sempre luar.


quarta-feira, outubro 10, 2007

VOANDO, SE ALCANÇA O CUME


Nenhum pássaro
voa alto demais,
se voa com as próprias asas.
William Blake

domingo, setembro 30, 2007

TODA A NOITE


Toda a noite ouvi a tua voz.

Cada vez mais perto dos ouvidos,

feita de recusas e promessas,

enigmas por dentro dos sentidos

como se fossem versos às avessas.


Toda a noite ouvi a tua voz.

Cada vez mais quente de loucura,

suspirando um desejo insatisfeito,

Inventando palavras na procura

de escrever um verso mais perfeito.


Toda a noite ouvi a tua voz.

Mas vesti-a de amor e fantasia,

dei-lhe cor, luz e movimento.

E quando de manhã nasceu o dia,

era um poema a ondular ao vento.


De Albino Santos

"A VOZ E O VERSO"

segunda-feira, setembro 17, 2007

PRIMEIRO AMOR


Percorrendo os caminhos da memória

Eu mergulho num mundo de emoções...

Revivo, passo a passo, aquela história

Que fez bater os nossos corações.

.

Não me esqueci nunca do teu rosto,

Nem do brilho que havia em teu olhar!

Do teu beijo, eu sinto ainda o gosto,

Sabia a frutos frescos e a mar...

.

Foi um tempo de amor e exaltação,

Em que o infinito era a nossa meta!

Quando partiste, eu fiquei sem chão

E com a vida p'ra sempre incompleta.

.

Os amores que de então p'ra cá vivi

Foram sempre um pálido reflexo

Desse outro, que contigo descobri

E permanece em mim, num doce amplexo...

Baby

17/09/2007

domingo, setembro 09, 2007

CANETA DE OURO (1 NOMEAÇÃO)


Esta nomeação foi uma gentileza de Vieira Calado
pelo meu poema "Palavras ao Vento"
Obrigada!
.
Indico os seguintes poemas e poetas:
1. Poema "O Brilho do teu Olhar" de Cacharel
2. Poema " Curva Esculpida" de Vênus
3. Poema "Fingidor" de Vieira Calado
4. Poema "Grito" de C. Valente
5. Poema " Lua Minguante " de Isabella Benicio
.
O prémio foi idealizado por


segunda-feira, setembro 03, 2007

PALAVRAS AO VENTO


Chegam de novo as palavras...
Esses pedaços de nós
Que oferecemos um ao outro
Sem precisarmos de voz.

São como seiva da gente,
Espessa e doce como mel.
Nunca mais volte o silêncio
Feito do amargo de fel.

Quero-as feitas de ternura,
Desenhadas com paixão
Que me levem à loucura,
Nos braços da emoção.

Depois lanço-as ao vento
Na hora da madrugada,
Partirão como um lamento,
Rubras, como a alvorada...


2007/09/03



quinta-feira, agosto 23, 2007

ESPERA


Vou esperar
De pé,
Não sentada,
Como quem espera
Desesperançada.


Vou esperar
Cheia de fé
E acreditar
Que no fim da minha estrada,
Há um lugar feito de paz
Onde vou erguer a minha casa.
Bem no cimo duma escarpa,
Onde possa olhar o mar.

Terá inúmeras janelas
E estarei em todas elas,
Quando à tarde te esperar.
As telhas, de vidro polido,
Deixarão passar o sol
Num jorro de luz incontido.
Nada ficará encoberto,
Nada ficará escondido.
O riso, sempre por perto.
O Amor, nunca esquecido.


E à noite, fora de portas,
Ouvindo o canto do mar,
Só nós dois, a horas mortas,
Banhados pelo luar.


Eu preciso te encontrar...
Baby, 23/08/2007

domingo, agosto 12, 2007

SÚPLICA


Hoje Miguel Torga faria 100 anos.

Quero recordá-lo e homenageá-lo, suplicando com a poesia que ele nos deixou.


Agora que o silêncio é um mar sem ondas
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.


Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


domingo, julho 29, 2007

É URGENTE PERMANECER


E porque é urgente, eu volto para calçar as velhas botas que vestiram todos os meus passos, enquanto caminhei pela seara verde. Deixei-as ficar para que se não apagassem de vez os vestígios dessa minha passagem e elas permaneceram, ganharam raízes e cobriram-se de musgo, vivo, verde e viçoso...
E à laia de reabertura, ofereço a todos vós e a mim também, um belo poema de
Eugénio de Andrade:
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade
Alguns lamentos,
Muitas espadas.
É urgente inventar a alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros
E a luz impera até doer.
É urgente o Amor,
É urgente permanecer.

segunda-feira, junho 04, 2007

PASSAGEM


Deixo esta papoila singela, como símbolo da minha passagem por esta imensa seara verde, que foi para mim a blogosfera e deixo também um abraço caloroso.

quinta-feira, maio 24, 2007

AMOR ANTIGO


Tinha que te vir dizer
Que hoje a vida regressou!
Andei morta, sem ter mãos,
Sem ter nada p’ra fazer.
O meu rosto era um borrão,
Meus olhos não queriam ver

Agora, através da vidraça,
Vejo que tudo mudou.
A brisa afaga quem passa,
Os barcos brilham na água,
E o Sol derrete, sem pena,
A tua e a minha mágoa.

A calçada, tão polida,
Está fervilhando de cor…
Tanta gente, quanta gente!
Mas uma pessoa só
Vai devagar, não tem pressa,
O porto está ali, a uma braça…

E o túnel escuro e fundo
Por onde caminhei perdida.,
Já pertence a outro mundo!
E eu já corro, destemida,
Confiante que à chegada
Estarás…p’ra me abraçar

De encontro ao peito,
Esse peito
De granito todo feito,
Mas tão quente no tocar!
Lá dentro, arde o meu fogo,
Esse fogo
Onde me quero queimar!

sábado, maio 12, 2007

RECADO


De António Lobo Antunes
Letrinhas de cantigas


Estou aqui como se te procurasse
A fingir que não sei aonde estás.
Queria tanto falar-te e se falasse
Dizer as coisas que não sou capaz.
.
Dizer, eu sei lá, que te perdi
Por não saber achar-te à minha beira
E na casa deserta então morri
Com a luz do teu sorriso à cabeceira.
.
Queria tanto falar-te e não consigo
Explicar o que se sofre, o que se sente
E perguntar como ao teu retrato digo
Se queres casar comigo novamente.

quarta-feira, abril 25, 2007

MERGULHAR NO MAR

Qualquer um pode dizer:
Perdi alguém
Ou mesmo sem dizer
Sentir desaparecer
O que perdeu
E mergulhar no mar
Que há dentro de si
Qualquer um pode dizer
Eu amo alguém
Ou mesmo sem dizer
Sentir nascer
(como um poema)
Um outro amor
E subir à montanha
Que há dentro de si
Mas ninguém pode calar
Dentro de si
O sentir
O perder
O poema
O amor
O nascer
Descer à montanha
Mergulhar no mar
E esquecer...
(Do poema Reflexão de Albino Santos)

sexta-feira, abril 13, 2007

Pensamento


Quem possui a faculdade de ver a beleza não envelhece.

Franz Kafka

quarta-feira, março 28, 2007

DE SAUDADE



De Vinicius de Morais:
CHEGA DE SAUDADE

Vai, minha tristeza
E diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade,
A realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza, e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim
Não sai

Mas se ela voltar
Se ela voltar, que coisa linda
Que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca…

Dentro dos meus braços
Os abraços hão-de ser
Milhões de abraços apertado assim
Colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos
Sem ter fim
Que é p’ra acabar com esse negócio
De viver longe de mim
Que é p’ra acabar com esse negócio
De você viver assim
Vamos deixar desse negócio
De você viver sem mim

sexta-feira, março 16, 2007

PÁGINAS INVENTADAS


No meu peito há um vazio feito de nada,

Porque a nada reduzi minhas lembranças,

Naquela longa e fria madrugada.

.

Alegrias, tristezas e também os desenganos

Matizaram os meus dias e os anos

Que vivi em busca dos meus sonhos,

Esses sonhos que sonhei, tantas vezes acordada.

.

Mas nas páginas do livro que é a Vida,

Tudo se pode escrever... mesmo sendo fantasia!

Esquecer, reinventar a fé perdida,

São promessas que a mim faço

Sempre que volto a página do meu livro de poesia.

.
Baby

quinta-feira, março 08, 2007

MULHER



De Sophia de Mello Breyner Andresen, Retrato de Mulher


Algo de cereal e de campestre
Algo de simples em sua claridade
Algo sorri em sua austeridade


terça-feira, fevereiro 27, 2007

O BAILE


Adormeço

E lembro aquela noite

Em que saí para dançar...

.

Deslizava pelo salão

Levada pelos braços do meu par

Como uma folha esvoaçando com a brisa,

Leve, leve e solta como quem não pisa

O chão,onde os pés costumam assentar.

.

Depois, foi o tango desejado...

O tango, que é tal qual a minha vida.

Intenso, sensual e tão marcado,

Uma paixão jamais interrompida!

.

E sem amarras

E sem querer parar,

Dancei, dancei, dancei...

E como sempre,

Quando danço

Esqueço quem eu sou,

De onde venho

E para onde vou!


Baby

terça-feira, fevereiro 20, 2007

ENSAIO NO FEMININO


Porque achei interessante, apeteceu-me partilhar convosco um breve trecho dum romance de Faíza Hayat, intitulado "O Evangelho segundo a serpente", e quem sabe, nós, as mulheres, tiremos dele uma pequenina lição...
.
A minha mãe era um ser livre. Uma ave à solta num alto céu de verão. Costumava dizer que os homens são como as chuvas, imprescindíveis à vida, revigorantes, mas quando chegam, e em se demorando um pouco mais, logo sentimos saudades dos dias de sol.
"Reparem", dizia, " a palavra solidão está cheia de sol!"
Gostava de citar Marguerite Duras: "Não se encontra a solidão. Somos nós que a construímos." Citava Pablo Picasso: "Nada pode ser feito sem a solidão. Eu mesmo criei para mim uma solidão da qual ninguém suspeita." Citava Tchekov: "Se tens medo da solidão então não te cases." Citava Fernando Pessoa, aliás, Bernardo Soares: "As mal casadas são todas as mulheres casadas e algumas solteiras."
Estou hoje um pouco melancólica, bem sei. Mas reparem, repara tu também, Filipa, onde quer que estejas, que assim como há sol na palavra solidão, há mel na palavra melancolia.Tanto mel. Os homens, minha querida mãe, ao menos aqueles que tenho conhecido, não cultivam a memória. Ao contrário, exercitam o esquecimento. Há vantagens nisto, sabes? Os homens sempre me pareceram muito menos rancorosos do que as mulheres. O rancor exige uma boa memória. Um homem que nunca sabe onde guardou a chave de casa, os óculos ou o telemóvel, e são quase todos, deve ter também alguma dificuldade em guardar rancores. Acho que é por isso que, de uma forma geral, os homens envelhecem menos rapidamente do que nós. O rancor provoca rugas. Tira brilho ao cabelo. Torna as unhas quebradiças. A longo prazo, mata. Se bem que a longo prazo tudo mata.
Devíamos periodicamente recorrer a uma espécie de cerimónia do olvido, como quem vai à sauna, para limpar a alma das lembranças más. O amor e o rancor são difíceis de conciliar. Guardar um e outro no coração, e esperar que resulte, é como encerrar muma mesma jaula um leão e um cordeiro, e esperar que o cordeiro submeta o leão. O pior é que depois que tudo termina os homens partem felizes e desmemoriados, e nós ficamos sozinhas com o lume amargo do nosso rancor.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

CAMINHANDO




Caminhando no verso e no reverso
que busco entre penumbras e tristezas?
Se de todas as mais duras incertezas ´
até a mim confundo e me disperso?
.
Se cheguei até aqui, foi por te amar!
Para quê então todos os meus passos
se na hora de chegar para te abraçar
não puder ter-te nos meus braços?
.
És a parte de mim que falta e dói.
De ti distante, a outra parte sou eu.
Sou cada sorriso que de mim se foi,
sou a parte de mim que perdeu.
.
Mas nesta vã e pressentida incerteza,
o poema diz que o meu longe é aqui.
Mesmo tendo contra mim a natureza
eu sei que o meu longe está em ti...
.
De Albino Santos
Poema O MEU CAMINHO

sexta-feira, janeiro 26, 2007

PALAVRAS SÃO COMO BEIJOS


Palavras...
São como beijos
Que afloram a minha alma.
São seiva que me alimenta,
São promessa que me acalma.

São pedaços de quem ama,
Feitas de sonhos perfeitos
Sonhadas em qualquer cama,
Por entre lençóis desfeitos.

Enlaçadas uma a uma,
Falam comigo em segredo,
São como ondas de espuma,
Onde mergulho, sem medo.

Outras há, feitas de lume
Que acendem uma fogueira.
Ardem no peito da gente,
Que grita, sem um queixume.

Palavras...
Às vezes, durmo com elas,
Atadas com nós e laços...
Acordam ainda mais belas,
Presas a mim, como abraços.
Baby

sexta-feira, janeiro 19, 2007

ENTRE AMIGOS

Hoje tinha que vir falar de Amigos, amigos que já tinha e os que aqui ganhei, amigos que são o meu suporte, a minha alegria, a minha fé no amanhã!
Para isso, não encontrei nada melhor que as palavras que aqui vos deixo:

AMIGO

Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca a boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill

segunda-feira, janeiro 08, 2007

MULHER GUERREIRA


Não se molda às circunstâncias

E se lhe privam o prazer,
Vira guerreira
Não aceita imposições

Vai em busca, indo à luta
Para não se deixar morrer!

Menina guerreira

Quer viver plenamente,
buscando, amando,
desejando, sonhando,
e sentindo o prazer de viver.

Moiro do Barlavento

Rosas

Rosas
Especialmente para ti, amigo visitante

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