quinta-feira, agosto 23, 2007

ESPERA


Vou esperar
De pé,
Não sentada,
Como quem espera
Desesperançada.


Vou esperar
Cheia de fé
E acreditar
Que no fim da minha estrada,
Há um lugar feito de paz
Onde vou erguer a minha casa.
Bem no cimo duma escarpa,
Onde possa olhar o mar.

Terá inúmeras janelas
E estarei em todas elas,
Quando à tarde te esperar.
As telhas, de vidro polido,
Deixarão passar o sol
Num jorro de luz incontido.
Nada ficará encoberto,
Nada ficará escondido.
O riso, sempre por perto.
O Amor, nunca esquecido.


E à noite, fora de portas,
Ouvindo o canto do mar,
Só nós dois, a horas mortas,
Banhados pelo luar.


Eu preciso te encontrar...
Baby, 23/08/2007

domingo, agosto 12, 2007

SÚPLICA


Hoje Miguel Torga faria 100 anos.

Quero recordá-lo e homenageá-lo, suplicando com a poesia que ele nos deixou.


Agora que o silêncio é um mar sem ondas
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.


Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


Rosas

Rosas
Especialmente para ti, amigo visitante

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