domingo, maio 30, 2010

BARQUINHO DE PAPEL

Nesta manhã de céu azul, fui à praia e o azul do céu fazia mais azul o azul do mar...então fiz um barquinho de papel igual aos que fazia quando era criança e resolvi carregá-lo com mil recordações que me pesavam na alma e sentindo-me mais leve, corri a lançá-lo à água, enquanto me vinha à lembrança o belíssimo poema de 

CECÍLIA MEIRELES :


Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.


Imagem da Web

sábado, maio 22, 2010

SAUDADES QUE SABEM RIR


Existem saudades que sabem rir. São as minhas preferidas. Algumas, nascem sabendo. Outras aprendem, depois de transformar o choro.


Como borboletas, voam pelos jardins da memória, abraçam as lembranças mais viçosas, e saboreiam o néctar, sempre disponível, das alegrias perenes.'”

Ana Jácomo

Imagen da web_

segunda-feira, maio 17, 2010

A MINHA RUA

Mudei o nome à minha rua
que antes de bulício se enfeitava
e hoje me aparece sempre nua,
despida de alegria,
indiferente às vozes de quem passa
e à luz que a acaricia,
quando a lua se mostra,
branca e fria.

Com o nome,
foi também o perfume que ela tinha
e a graça que exibia,
essa rua que é a minha,
quando o sol
por lá entrava.

Chamei-a de rua triste,
porque os passos que a alegravam
e a faziam tão festiva,
já não soam na calçada
e há um silêncio que persiste
nas pedras inexpressivas.


quarta-feira, maio 12, 2010

AMARGURA


Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.



Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas;

Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.



Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

A minha face?


Cecilia Meireles
Imagem encontrada na net

terça-feira, maio 04, 2010

UM DIA ESPECIAL



Mais logo, quando acordar,
Quero ser um girassol
E rodar o dia inteiro
Sempre virada para o sol,
Quero brilhar contra o céu
E absorver toda a luz
Que o sol tiver p'ra me dar...

E quando a noite chegar
E eu me deitar na cama,
Serei tocha, serei chama
P'a meus sonhos enxergar...

Foto da web.

Rosas

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