Na quietude do verde
onde o meu olhar se alonga,
reinvento a paz perfeita
e nela me envolvo
enquanto sonho o teu regresso.
Oiço o doce trinado do melro
e vislumbro o adejar belíssimo
de uma borboleta amarela
que inebriada pelo sol
voluteia, solta, como poalha dourada.
Uma brisa leve traz-me o aroma das rosas
que se abrem sob o calor morno que as acaricia.
A manhã é uma mistura subtil
de sons e cores,
o meu pensamento corre pela vereda
velada pelas sombras
e pintalgada pelas flores de Maio.
O tempo é como um pássaro sem asas,
permanece, quieto, sob a luz filtrada pelas folhas.
Ao longe
o rumor dos teus passos
rompe o meu torpor
e a promessa dum abraço
acende-me as veias,
lentamente.
foto encontrada na net