segunda-feira, maio 13, 2013

PROMESSA


PROMESSA


Prometi
que ia esvaziar-me,
arrancar do peito
o desespero, a raiva, a dor que mata,
mas também a indiferença e o torpor,
o nada, que dia a dia se agiganta
e me estrangula como um garrote abrasador.

Prometi
que ia pegar numa caneta
e desenhar mil gotas de água
que me escorressem pelos dedos
como chuva abençoada,
esborratando o traço,
mas apagando do meu chão os medos.

E que depois os versos
brotariam como flores
com as cores da primavera,
e o poema nasceria,
letra a letra,  
feito de quimera e voaria,
como pássaro fugido da gaiola.

Rosas

Rosas
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