Relembrando...
NAS CURVAS DO POEMA
Nas curvas do poema,
o amor insinua-se como a luz da lua
e desliza nas palavras
até chegar ao novo verso,
que por ser novo se entrega por inteiro
nas mãos do poeta controverso,
que ora o enfeita com as cores da aurora,
ora o faz triste,
como uma manhã de nevoeiro.
Nas curvas do poema
cabem palavras como o azul do mar
e o barco verde que o navega,
cabem o céu e os pássaro que lá moram,
também a luz do sol que nos aquece,
o rio que lava a terra da desgraça,
a noite negra que antecede o dia,
o vento que sopra e nos devassa,
a mulher que chora, porque a vida a ludibria
e a flor que morre, para que o fruto nasça.
Nas curvas do poema
cabe a vida inteira,
a tua e a minha
e também aquela
que estiver à beira.
Imagem colhida na net