quinta-feira, dezembro 13, 2018

ONTEM TIVE UM SONHO



Ontem tive um sonho.
Enquanto acordada
Me debatia nas garras
Da minha mente perturbada,
Sonhei que hoje ia escrever,
Não em verso, mas à toa.
Não ia tentar rimar
Amor com dor ou despudor
Ou desilusão com decepção,
Mas ia gritar bem alto
Que quem machuca não
Merece compaixão.
Ainda que seja Dezembro
E quase seja Natal
Em que só se fala de amor
e de perdão,
sei apenas que estou sem chão,
que Natal não é hoje
e que a vida nem sempre
nos corre de feição.

Imagem colhida na net.

segunda-feira, outubro 22, 2018

SOBRE O POEMA




Escrever um poema
É viajar pela mente,
Abrir portas e janelas
E numa busca inteligente
Ir até ao fundo,
Onde as dores e as mágoas
Se enovelam,
Separá-las uma a uma,
Dar-lhes  um nome,
Trazê-las à tona
E expô-las numa tela.

Depois, 
com um olhar fecundo,
buscar a semente
que cada uma encerra, 
construir o poema
e lançá-lo no mundo.

22/10/2018



quinta-feira, agosto 23, 2018

O VENTO

Vou pedir ao vento que me leve
sobre a terra ou sobre o mar,
não interessa o rumo que tomar,
desde que me cante ao ouvido
uma canção de ninar,
eu vou
para onde me quiser levar!

Pode ser num turbilhão
que me sacuda
e me liberte a mente,
ou ainda na mansidão
de um suave amanhecer
que me renove por dentro
e me traga de volta
a vontade de viver!

Imagem encontrada na net.

domingo, agosto 05, 2018

AMIGOS



Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber,
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
 Sem forçar tua vontade.
 Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
 Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
 É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…

 Fernando Pessoa
Imagem colhida na net
·         
·         
·         


segunda-feira, junho 18, 2018

MADRUGADA



É urgente encontrar-me
No meio desta inércia onde vagueio.
É urgente encontrar uma saída,
Um raio de luz, um esteio,
Uma mão que me abra a porta à vida,
Ao sorriso, à alegria,
Às palavras inseguras
Que se demoram no meu peito.
Quero soltá-las, sem freio,
Para que rompam o silêncio
E iluminem as noites mais escuras.
É urgente acordar com a madrugada
E fazer do novo dia a minha estrada!

Imagem colhida na net

terça-feira, maio 01, 2018

A ÁRVORE DA MEMÓRIA


Continuo à espera
Que o meu vazio se rompa
E o silêncio que lá mora
Se quebre nas esquinas do passado,
Para que as palavras regressem
Como frutos suculentos,
Amadurecidas pelo tempo
Na árvore da memória.

Imagem colhida na net.

quarta-feira, março 21, 2018

DIA MUNDIAL DA POESIA

P'ra celebrar este dia
vou pintar um sol radioso,
amarelo e gracioso,
prendê-lo com um cordel
e pendurá-lo à janela
p'ra me inspirar todo o dia,
enquanto busco as palavras
que voam por aí à solta
e vou alinhar num papel,
de maneira desenvolta,
em forma de poesia!

Falarão de muitas coisas...
De risos e gargalhadas,
de tristezas e lamentos,
de noites de amor, intensas,
de momentos de paixão
e dias de desalento.
Horas de pura emoção,
de beijos leves de amor,
de uma doçura envolvente...

Depois de bem arrumadas,
ao sabor da inspiração,
as palavras encontradas
falarão do meu sentir
em dia de celebração!

Imagem colhida na net.

sábado, março 03, 2018

PRIMAVERA



Acordo envolta em medos
Presa nos pesadelos que me invadem
Nas noites mal dormidas,
Em que as horas emudecem
E a paz me foge por entre dedos.

O dia nasce frágil e indeciso
E o azul que por direito
Seria a sua cor
Veste-se de cinzento
E perde todo o seu frescor.


Mas a primavera não demora
E a penumbra do inverno está por pouco.
Nos meus olhos já dançam andorinhas
E o azul e o verde que já brotam
Fazem a paisagem colorir-se, pouco a pouco.


Imagem colhida na net.

quarta-feira, janeiro 17, 2018

NAS MANHÃS CLARAS

Porque as lembranças boas que guardei
Foram cortadas
Como se de cepos inúteis se tratasse,
Hoje pesa-me na memória
O vazio imenso que lá mora.

Como um tronco inerte,
Num mar de águas profundas,
Onde os gritos de protesto se afogaram,
O meu corpo vagueia, sem ruído
E o meu pensamento flutua, entorpecido.

É quando um vento inesperado
Traz até mim o som da tua voz
E nos meus olhos nascem as paisagens
De uma nova primavera,
Onde brotam tapetes de flores e de folhagem.

Chamo por ti, porque sei que tu virás
E trarás contigo nas manhãs claras
A melodia dos azuis
E o verde dos caminhos
Que cobrirão de luz a minha escuridão.

Imagem colhida na net.

Rosas

Rosas
Especialmente para ti, amigo visitante

Arquivo do blogue