NAS MANHÃS CLARAS
Porque as lembranças boas que guardei
Foram cortadas
Como se de cepos inúteis se tratasse,
Hoje pesa-me na memória
O vazio imenso que lá mora.
Como um tronco inerte,
Num mar de águas profundas,
Onde os gritos de protesto se afogaram,
O meu corpo vagueia, sem ruído
E o meu pensamento flutua, entorpecido.
É quando um vento inesperado
Traz até mim o som da tua voz
E nos meus olhos nascem as paisagens
De uma nova primavera,
Onde brotam tapetes de flores e de folhagem.
Chamo por ti, porque sei que tu virás
E trarás contigo nas manhãs claras
A melodia dos azuis
E o verde dos caminhos
Que cobrirão de luz a minha escuridão.Imagem colhida na net.